sábado, 26 de julho de 2014

CAMILA EVANGELISTA DA CONCEIÇÃO, Morro da Providência, RJ (2010)



Dia 01 de novembro de 2010, segunda-feira. Camila Evangelista da Conceição, 7 anos (alguns veículos informam 9 anos), é encontrada morta e nua na Ladeira Madre de Deus, próximo à rua Camerino, por volta das 7h30, coberto com um lençol branco e sob sacos de lixo. Estava desaparecida desde a noite de domingo, quando brincava na rua Coronel Audomaro Costa, Cajueiro, no Morro da Providência, onde morava com os pais e irmãos.

Na manhã do dia 02 de novembro, é preso o marceneiro Jonas Marcolino da Silva, 35 anos, ao voltar para a pensão onde morava, na rua Coronel Audomaro Costa, 121, na zona portuária... confessou aos policiais ter aliciado a menina a fazer sexo oral com ele em troca de R$20 e, ao estuprar Camila, a matou com uma faca de serra porque ela gritou. A identificação do assassino ocorreu porque câmeras de empresas e hotéis das imediações capturaram a imagem de Jonas carregando uma caixa de isopor e deixando no local o corpo de Camila enrolado em um lençol branco.

Segundo vizinhos, ele é de Governador Valadares, Minas Gerais, e alugava um dos quartos há cerca de um mês. Tentou eliminar pistas do assassinato de Camila, mas ainda encontraram diversas manchas de sangue, identificadas pelo uso do Luminol.

A caixa de isopor utilizada para levar o corpo de Camila foi encontrada no interior do quarto de Jonas... ao saberem da presença de Jonas na delegacia, dezenas de moradores desceram o morro com a intenção invadir a 4ªDP e linchá-lo, sendo necessário fechar os portões da delegacia.

Na época, cogitou-se a possibilidade de ele também ter estuprado e assassinado a menina Raíssa de Sousa Silva, 9 anos, cujo corpo foi encontrado atrás dos jardins do Museu de Arte Moderna, no carnaval de 2010. A menina era filha de uma vendedora ambulante, que residia em um prédio abandonado do INSS na rua do Riachuelo, em frente à Caixa Econômica Federal, próximo aos Arcos da Lapa; seu pai, o pedreiro Rafael Claudino da Silva, morador de São Gonçalo. Das investigações, só sabiam que a menina Raíssa teria sido seduzida por um homem negro que prometeu lhe comprar uma tiara... câmeras da CET RIO e de prédios comerciais capturaram imagens da menina na companhia de um homem negro.

No entanto, na madrugada do sábado, dia 06 de novembro de 2010, Jonas foi encontrado MORTO na cela do Presídio Ary Franco, em Água Santa... a morte ocorreu por enforcamento com o uso de um lençol. A Secretaria de Administração Penitenciária não soube (e não deve ter se interessado até hoje) informar se foi suicídio ou homicídio... ele não estava sozinho na cela.

Confissão de Jonas - link para reportagem que contém o vídeo:
http://www.paulopes.com.br/2010/11/suspeito-confessa-em-video-ter-matado.html#.Uv6UtmJdVcc

Fonte: Jornal do Brasil
           Meia Hora
           R7 notícias
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domingo, 27 de abril de 2014

CASO DA ESCOLA BASE, Aclimação, São Paulo (1994) - 40ª edição



Início de março, ano 1994.
Duas mães, Lúcia Eiko Tanoue e Cléa Parente de Carvalho, se dirigiram à 6ª Delegacia de Polícia, na zona sul de São Paulo e “prestaram queixa” contra três casais que trabalhavam na Escola de Educação Infantil Base, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo.

Segundo as mães, o casal Maria Aparecida Shimada e Icushiro Shimada, conhecido como Ayres, donos da escola, promovia orgias sexuais com as crianças na casa de Saulo e Mara, pais de um dos alunos. Também, a sócia de Maria Aparecida, Paula, e o motorista da kombi, Maurício Alvarenga, que levava as crianças para casa, estariam envolvidos. O delegado responsável pelo caso, Edélcio Lemos, encaminhou as crianças ao IML (pois apresentavam assaduras causadas pela forma de se sentar e pelo tempo de trocar a fralda) e obteve um mandado de busca e apreensão para o apartamento de Saulo e Mara.

Como NADA FOI ENCONTRADO na residência do casal, as mães se “indignaram” e acionaram a Rede Globo... no final do dia, o IML enviou a seguinte mensagem, INTERPRETADA pelo delegado Edélcio Lemos:

Referente ao laudo n. 6.254/94 do menor F.J.T. Chang, BO 1827/94, informamos que o resultado do exame é COMPATÍVEL com a prática de atos libidinosos. Dra. Eliete Pacheco, setor de sexologia, IML, sede.”

Jornal "Notícias Populares"

Bastou... o delegado deu início a uma série de declarações à mídia, o que levou a opinião pública a classificar essas seis pessoas – Maria Aparecida, Ayres, Paula, Maurício, Saulo e Mara – como CULPADOS por pedofilia. Ademais, como nada de grande impacto estava acontecendo na época, raros os jornais que não trouxeram a Escola Base como manchete. Eles foram acusados de drogar os alunos, fotografá-los nus e de terem feito todo o tipo de perversidades com as crianças. Foram presos, fotografados, expostos na mídia ANTES de conclusas as investigações sobre o possível fato criminoso.

O Jornal Nacional chegou a sugerir o “consumo de drogas” e a “contaminação pelo vírus da AIDS”, enquanto a Folha da Tarde noticiava: “Perua carregava crianças para orgia”... o Notícias Populares estampou em sua capa o título: “kombi era motel na escolinha do sexo”.

Quando as primeiras provas de que aquelas seis pessoas eram inocentes começaram a surgir, o delegado foi afastado e assumiram o seu lugar Jorge Carrasco e Gérson de Carvalho... uma denúncia anônima levou a polícia à casa de Richard Harrod, que chegou a ser preso por suspeita de tráfico de fotos de crianças, entre elas, as da Escola Base... os menores chegaram a ser levados à casa de Richard para um possível “reconhecimento do local” e, pelo simples fato da filha de Cléa ter querido brincar com uma abelhinha de pelúcia que estava na residência, foi o suficiente para dizerem que ela estaria identificando o local. Daí, foi um pulo para a imprensa noticiar:

Alunos da Escola Base RECONHECEM a casa do americano” (O Estadão) / “Criança liga americano a abuso de escola” (Folha). No dia 13 de abril, após a prisão do americano e depois de tanta repercussão, foi esclarecido que ele SEQUER CONHECIA os “culpados” pelo caso da Escola Base...

Após a prisão preventiva de Saulo e Mara, os advogados tiveram acesso ao laudo do IML e perceberam que o resultado era totalmente inconclusivo... as cicatrizes no menino poderiam ser tanto de abuso sexual quanto por uma diarreia forte. Posteriormente, a professora Lúcia Eiko confirmou que seu filho sofria de CONSTIPAÇÃO INTESTINAL.

O muro da casa de Maurício e a Escola Base

Começaram a surgir provas da inocência dos envolvidos... no dia 22 de junho, o delegado Gérson de Carvalho inocentou todos os envolvidos... e os jornais começaram suas retratações, focando nas verdadeiras vítimas do fato. Mas os danos já estavam causados.

Até hoje, as reais vítimas sofrem com as consequências do crime que SIM cometeram contra eles: Ayres está com dívidas financeiras, sofre com problemas emocionais e não consegue dormir à noite, enquanto sua esposa, Maria Aparecida, teve seu sonho exterminado por falsas acusações.

Saulo e Mara Nunes também enfrentam problemas financeiros pela contratação de advogados... Paula e Maurício Alvarenga se divorciaram. Ele sofreu com Síndrome do Pânico, tinha medo de sair à rua e, para encontrar seu advogado, montava esquemas de disfarce por medo de ser reconhecido. Paula foi morar com suas filhas na casa da mãe, está 60kg acima do peso, sofre de depressão e tem um emprego onde recebe salário mínimo... nunca mais conseguiu emprego como professora – ninguém confia em uma suspeita de abuso sexual infantil.

O delegado Edélcio tornou-se delegado titular e, segundo a fonte desta notícia, dá aulas na academia de Polícia Civil... Richard Pedicini se viu livre das acusações mas, ainda sim, se dedicou a provar sua inocência e angariou inúmeras dívidas financeiras.

As mães Cléa e Lúcia, aconselhadas pela psicóloga Walquiria Fonseca Duarte, continuaram com o tratamento psicológico dos seus filhos, pois, de acordo com a especialista, eles foram realmente vítimas de abuso sexual – também, se não continuassem a afirmar suas “suspeitas”, poderiam responder por denunciação caluniosa (art. 339 do nosso código repressor). O feitiço viraria contra o feiticeiro...

No dia 28 de março de 2013, o valor da indenização que o Estado de São Paulo deve aos seis envolvidos estava em R$ 457mil. O decreto que autorizou a indenização de Paula foi assinado pelo governador de Mário Covas, em 1999... com o seu falecimento em 2001, o decreto passou a ser questionado.

Em primeira instância, uma juíza acolheu o argumento da advocacia do Estado que afirmava que o decreto apenas significava que Covas havia mandado verificar se havia débito com alguma vítima da Escola Base... como a ação foi iniciada em 2004, dez anos após o incidente, ocorrera a PRESCRIÇÃO e nada mais poderia ser cobrado...

Icushiro e sua esposa, Maria Aparecida Shimada (falecida em 2007, devido a um câncer), e Maurício Alvarenga já foram indenizados por vários meios de comunicação após decisão do STF, mas ainda aguardam o montante a ser pago pelo Estado. Segundo o advogado, o juiz deu uma sentença de cem salários mínimos; ao recorrerem, chegou a cem mil reais cada um, mas o processo chegou ao STJ e a indenização à R$ 250mil. Processo no STJ: REsp 351779.

A Rede Globo foi condenada a pagar cerca de R$ 1,35milhão aos donos e o motorista da Escola Base, porém, ingressou com recurso... a decisão da 7ª Câmara de Direito Privado do TJ paulista foi unânime... segundo os desembargadores “a atuação da imprensa deve se pautar pelo cuidado na divulgação ou veiculação de fatos ofensivos à dignidade e aos direitos de cidadania. Em março de 1994, a imprensa publicou reportagens sobre seis pessoas que estariam envolvidas no abuso sexual de crianças, alunas da Escola Base, localizada no Bairro da Aclimação, em São Paulo. Jornais, revistas, emissoras de rádio e tevê basearam-se em “ouvir dizer” sem investigar o caso. Quando foi descoberto, a escola já havia sido DEPREDADA, os donos estavam FALIDOS e eram AMEAÇADOS DE MORTE em telefonemas anônimos.

Esse caso se tornou referência OBRIGATÓRIA nas discussões a respeito de ética no jornalismo e poder da mídia, bem como nos cursos de Direito, nas cadeiras de Constitucional, Penal e Processo Penal.





Fonte: Casa dos Focas
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           Vídeo reportagem do Kâmera Libre



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CASO JÉSSICA PICOLO, Curitiba (2009) - 39ª edição



No dia 17 de janeiro de 2009, sábado, por volta das 21h, dois assaltantes entraram no Pesque e Pague da família Picolo para roubar o estabelecimento e residência da família rendendo a estudante de 13 anos, Jéssica Picolo, e sua mãe Marilize Kraemer Picolo, de 45 anos. Marilize foi assassinada no local do crime com um golpe de faca no pescoço, enquanto sua filha foi levada pelos bandidos a um matagal próximo, estuprada (com extrema violência, segundo a perícia, pois, sua região vaginal estava dilacerada), estrangulada e morta com golpes de faca (de acordo com os peritos, sete perfurações no pescoço e costas).



No momento do crime, Idelino Picolo, pai de Jéssica, estava ausente pois, como de costume, foi até o ponto de ônibus buscar a filha mais velha que trabalhava em Curitiba... foram apenas 20 minutos...

Na manhã do domingo, 18 de janeiro de 2009, a polícia prendeu dois suspeitos dos assassinatos: um adolescente de 17 anos, que confessou o crime e apontou a participação de outro homem, de 36 anos que, na época, insistiu em afirmar que não teve qualquer participação.



Segundo a polícia, ambos frequentavam o bar do Pesque-Pague há cerca de um mês e conheciam a rotina do proprietário. De acordo com o depoimento do adolescente, ambos decidiram esperar que Idelino saísse para depois invadir a residência da família e fazer o assalto.

O homem de 36 anos – que não entendo por quê não teve sua identidade revelada – entrou na casa portando uma faca e tentou render Marilizia, que reagiu... recebeu uma facada no pescoço e morreu na hora. Então, pegaram Jéssica e a obrigaram a levá-los até o bar do Pesque-Pague, cujo caixa só tinha 60 reais – eles esperavam encontrar cerca de 5 mil reais... em seguida, levaram a menina até o local onde trabalhavam, a 2km do Pesque-Pague e “terminaram o serviço”, pois, ela os conhecia.

Tanto o adolescente quanto o homem de 36 anos foram reconhecidos por uma testemunha que os viu no local onde trabalhavam no domingo, às 11h. O adolescente foi encaminhado para o Serviço de Atendimento Social, enquanto o homem, oriundo de São Paulo e já tinha passagem por roubo, foi encaminhado ao Centro de Triagem de Piraquara.

O corpo de Jéssica foi encontrado no dia 19 de janeiro à tarde, em um lago em São José dos Pinhais, dentro de uma manilha de 2m de profundidade que serve de escoadouro ao lado de uma chácara da Rua Joana Persegona Zen, no Rio Pequeno, atrás de um condomínio onde os dois acusados trabalhavam como pedreiros. Seu corpo estava vestido com as roupas do avesso.

Surpreendentemente, não foi localizado o nome deste homem “misterioso”, de modo que não foi possível saber a quantas anda este processo – se é que houve algum. O que sabemos é que eles “responderiam” por “latrocínio”. Se alguém tiver alguma notícia que possa cooperar com a história, não se reprima: comente e nos agracie com mais informações (e espero que sejam as que esperamos ouvir...).

É uma lástima que um crime tão bárbaro não tenha tido uma resposta das autoridades...

Fonte: Paraná Online
          Agência de Notícias do Estado do Paraná

          Gabriela Sou da Paz

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

CASO PEDRO HENRIQUE MARQUES RODRIGUES, Ribeirão Preto/SP (2008)



Dia 12 de junho de 2008. Pedrinho, cinco anos de idade – nascido em 13 de fevereiro de 2003 – foi levado ao hospital Santa Lydia por sua mãe, Katia Marques, que afirmava ter o menino ingerido um produto que tira mancha de roupas, Semorin. O menino apresentava parada cardiorespiratória e não resistiu. No entanto, o laudo apresentou outras circunstâncias para o óbito do menino.

Pedrinho tinha hematomas por todo o corpo, possivelmente causadas por pancadas ou tombos, duas fraturas no punho direito, além de fraturas em ossos longos, o que causou embolia gordurosa (segundo os médicos, esse tipo de fratura libera células gordurosas que entram na corrente sanguínea, se misturando à medula óssea e seguem para os pulmões... os vasos capilares são obstruídos causando a embolia).

Para os peritos, o menino teria sido chacoalhado e, durante a ação, quebrou o punho... essa fratura teria acontecido no dia da morte. Os hematomas foram causados em dias anteriores. Imediatamente foram considerados suspeitos a mãe e o padrasto, Juliano Gunello.

Katia Marques e Juliano Gunello

O pai do menino, o policial militar Odair Rodrigues, via o menino a cada 15 dias e o considerava uma criança feliz... pelo menos quando estava em sua companhia. Ao ser perguntado sobre a convivência com a mãe e o padrasto, o menino se calava. Odair e Katia estavam separados a cerca de um ano e meio.

Segundo Odair, os primeiros hematomas no menino apareceram quatro meses antes, logo após ele pedir transferência do Batalhão de Araraquara para Ribeirão Preto para poder ficar mais próximo do filho, que residia com a mãe e o padrasto em Ribeirão. Ele lembra que, ao comentar com o menino essa decisão, Pedrinho pediu que o pai não dissesse nada para sua mãe e o padrasto... não entendeu por quê e o menino não justificava.

Pedrinho e Odair Rodrigues, seu pai.



DADOS PROCESSUAIS

Processo n. 0032846-32.2008.8.26.0506 em trâmite na 2ª Vara Criminal do Foro de Ribeirão Preto, Katia Marques e Juliano Aparecido Gunello foram inicialmente processados por “lesão corporal”, porém, condenados inicialmente a cumprir 7 anos de reclusão em regime inicial semiaberto, mais o pagamento de dez dias-multa, pelo crime de maus tratos com resultado morte.

Tanto Ministério Público quanto a Defesa apelaram, sendo não provido o recurso da Defesa e provido o recurso do Ministério Público, o que resultou nas seguintes modificações:
1- Juliano condenado à 10 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão;
2- Kátia Marques condenada à 9 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão.

Ambos em regime inicial fechado, incursos no artigo 1º, inciso II, §3º, parte final, e artigo 4º, inciso II da Lei n. 9.455/97.
Leia o acórdão (link: http://sdrv.ms/1cYsgbe)... traz os depoimentos de testemunhas, como vizinhos, professora, sobre o calvário e sofrimento aos quais Pedrinho era submetido.

Este recurso transitou em julgado, porém, devido a interposição de Recurso Especial pelo Ministério Público, este trânsito tornou-se sem efeito... no momento, está em fase de contrarrazões pelo Procurador-Geral de Justiça.


Fonte: Ribeirão Online – Site Terra Online
           Globo notícias – Gazeta de Ribeirão (por Sandra Domingues)


sábado, 11 de janeiro de 2014

CHACINA DA CHATUBA - Parque de Gericinó, Mesquita/RJ (2012) - 37ª edição



Seis jovens desapareceram no sábado, dia 08 de setembro de 2012, quando foram tomar banho em uma cachoeira próxima à favela da Chatuba. Seus corpos foram encontrados na segunda-feira, dia 10 de setembro, em uma área próxima à Via Dutra, em Jacutinga... posicionados lado a lado, estavam enrolados em lençóis, nus, amordaçados e com sinais de facadas e marcas de tiros.

As vítimas dessa atrocidade, que ganhou notoriedade como a “Chacina da Chatuba”, são Glauber Siqueira (17), Christian Vieira (19), Victor Hugo Costa (17), Douglas Ribeiro (17), Josias Searles (16) e Patrick Machado (16).



Segundo investigações preliminares, pelo menos 20 traficantes teriam participado do crime, provavelmente teriam confundido os jovens com traficantes ou os assassinaram simplesmente por estes morarem em uma comunidade pertencente à facção criminosa rival. Também seriam responsáveis pela morte do pastor Alexandro Lima (37), o desaparecimento de um rapaz que o acompanhava, chamado José Aldecir da Silva (19) e de um cadete da Polícia Militar – Jorge Augusto de Souza Alves Júnior.



O pastor e José Aldecir caminhavam no Parque de Gericinó quando foram abordados pelos criminosos. Cogita-se a possibilidade de terem sido assassinados ao desrespeitar a ordem dos traficantes para se afastarem do local no momento em que executavam o cadete – como ouviam música, não perceberam o “aviso” dos traficantes.

Segundo o pai de José Aldecir, seu filho saiu de casa com o pastor para um passeio e estava em casa quando escutou os tiros que atingiram o pastor: “Eu saí correndo e perguntei para ele “Alexandre, o que houve?”... ele olhou para mim e colocou a mão no peito. Tinha um buraco. Como os bandidos começaram a atirar de novo, eu corri para chamar os amigos para socorrê-lo, mas quando eu voltei, os caras já tinham jogado ele no rio.”


O corpo de seu filho foi encontrado na quinta-feira, dia 13 de setembro, semienterrado e ao lado de restos mortais em avançado estado de decomposição, na localidade conhecida como Curral, próximo ao Parque de Gericinó, entre Mesquita e Nilópolis... foi reconhecido pela tatuagem e roupas. Sua mulher estava grávida de uma menina, que nasceria alguns dias depois.



De acordo com os investigadores, o cadete Jorge saíra de uma casa de show em Mesquita com uma garota que tinha acabado de conhecer e, após deixá-la em casa, foi abordado por bandidos... seu corpo foi encontrado com diversas perfurações por tiros nas pernas e na cabeça no sábado (08/09), às 10h, na mala de seu carro, um Fox preto, abandonado na madrugada, na rua Professor Samuel de Souza Maciel, próximo ao número 35, na Vila Emil, Mesquita, ao lado da sede de um batalhão de polícia. Um adolescente de 16 anos chegou a confessar a autoria do disparo que matou o cadete em setembro de 2012.




DADOS PROCESSUAIS
Processo n. 0102745-22.2012.8.19.0038

Das investigações, resultaram a expedição de cinco mandados de prisão, em 14 de setembro, para Remilton Moura da Silva Junior (Juninho Cagão), Marcus Vinicius Madureira da Silva (Ratinho), Jonas Santos Pereira (Jonas Pintado ou Velho), Fernando Domingos Pereira Simão (Sheik ou Fernandinho) e Luiz Alberto Ferreira de Oliveira (Beto Gordo) – link: http://sdrv.ms/17oc2ru.

No dia 05 de janeiro de 2013, Remilton foi encontrado morto nas imediações da favela do Chapadão, em Costa Barros, na zona norte do RJ... era apontado como o mandante dos assassinatos ocorridos na Chatuba.

Em 25 de setembro de 2012, foi decretada a prisão temporária de Eduardo de Souza Silva Júnior (Dudu), Danilo Machado Valverde, Daniel Dias Cerqueira dos Santos, Renato José dos Santos (Sabadão) e Abner José Moura de Oliveira (Ratinho)...

A denúncia recebida em 31 de outubro de 2012 com a decretação da prisão preventiva de Remilton, Abner, Bruno (Neguinho da CDD), Eduardo, Danilo, Felipe Barbosa, Werly Angelo, Daniel Dias (PQD), Cristiano (DJ), Renato José dos Santos, Fernando (Sheik), Jonas Santos, Luiz Alberto e Marcus Vinícius – link: http://sdrv.ms/1hWLEMm.

O pleito da defesa requerendo a revogação da prisão preventiva dos acusados, em 28 de novembro de 2012, foi indeferido pelo juízo – link: http://sdrv.ms/1cGezgF.

Marcada a Audiência de Instrução e Julgamento para o dia 22 de julho de 2013, foi determinada nesta data o desmembramento do feito em relação ao réu Abner, pois este se encontra foragido – link: http://sdrv.ms/1hWOQHL.

No dia 09 de setembro houve adiamento da audiência para o dia 21 de outubro de 2013, pois, o juiz que entrou em exercício na referida vara onde corre o feito presidiria o julgamento do Caso Juan.

Em 12 de setembro de 2013 foi revogada a prisão preventiva de Marcus Vinícius Madureira Silva... o juízo não evidenciou, mediante as provas acostadas aos autos pela defesa, o fumus comissi delicti e o periculum libertatis em relação a este acusado.

Na audiência realizado no dia 21 de outubro, entre outros atos, foi determinada a condução do réu Felipe para outra unidade prisional diversa da mesma em que se encontram os demais acusados e, na nova unidade, que seja colocado no “seguro”...

No dia 11 de novembro de 2013 foi decretada a extinção da punibilidade de Remilton por seu falecimento; foi determinado ao SEAP que retirasse o réu Felipe da situação de castigo em que se encontra no presídio e colocado em local seguro, pois, “o mesmo não pode ser punido por prestar auxílio à justiça”. A defesa ainda requereu o desmembramento do feito em relação ao réu Danilo, entre outros requerimentos – link: http://sdrv.ms/187AIaG.

Até o momento, são os atos realizados no processo...

Fonte: R7 – G1 – Extra Online
           O Dia – TJRJ


domingo, 5 de janeiro de 2014

CASO GILMAR RAFAEL SOUZA YARED e CARLOS MURILO DE ALMEIDA, Curitiba/PR (2009) - 36ª edição




Na madrugada do dia 7 de maio de 2009 os jovens Gilmar Rafael Yared (26) e Carlos Murilo de Almeida (20) retornavam de um shopping em um Honda Fit branco... em outro veículo, trafegava o então deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (26), filho do então prefeito de Guarapuava, que acabara de sair de um restaurante dirigindo um Passat SW preto, alcoolizado. Detalhe: sua carteira de habilitação estava SUSPENSA, com 24 multas por excesso de velocidade – 5 dessas cometidas na rua onde ocorreu o fato que aqui relatamos, onde a velocidade máxima é de 60 km por hora.



O Honda Fit branco vinha pela rua Paulo Gorski, freou (estava com velocidade menor que 40 km, comprovado pelas câmeras de segurança de um posto de gasolina que fica na referida esquina) e entrou devagar na rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi quando o Passat preto do deputado decolou – devido o declive que existe nesta rua – e, ao colidir com o primeiro carro, capotou... ao passar sobre o Honda branco, arrancou seu teto e matou os dois rapazes na hora, decapitando um deles.



O deputado foi encaminhado em estado grave pelo Siate ao Hospital Evangélico...

A família de Gilmar contratou uma perícia particular (veja o vídeo nos comentários) e iniciou uma campanha intitulada “190 km/h é crime! Justiça já!”. 
Link: http://youtu.be/wEeJGraP2Ns



No dia 18 de maio de 2009 divulgaram o exame de dosagem alcoólica do deputado: 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue... em um jantar com amigos momentos antes do fato, consumiu 4 (quatro) garrafas de vinho – comprovado por uma nota fiscal no valor de R$ 705,00; as câmeras do restaurante mostram Carli circulando pelo mesmo com taças de vinho na mão e, ainda, o segurança do restaurante tentou impedi-lo de dirigir “naquele estado”, o que não conseguiu...

Em 29 de maio de 2009 o deputado renunciou ao seu mandato devido a pressão popular (milhares de e-mails foram enviados aos outros deputados)... leiam sua carta de renúncia, registrada no 26º Tabelionato de Notas, em São Paulo, e entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM):

Senhor deputado Nelson Justus, digníssimo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e Colenda Assembleia Legislativa, renuncio perante Vossa Excelência ao mandato que o povo paranaense me outorgou nas eleições de 2006 e nas quais tive a honrosa escolha de ser o parlamentar mais jovem da atual legislatura. O destino que me proporcionou essa honra e essa alegria, reservo-me a trágica surpresa de me envolver, sem minha vontade direta ou indireta, no acidente que causou a morte de pessoas, jovens como eu. Ao mesmo tempo em que deploro a fatalidade dessas perdas humanas, transmito a todos os seus familiares e amigos meu sentimento de solidariedade espiritual. Aguardo o meu processo e julgamento sem prerrogativas funcionais ou privilégios de qualquer ordem para receber, como cidadão comum, a sentença que as circunstâncias do fato e a sensibilidade da Justiça determinarem. Aos meus pares da Assembleia Legislativa devo poupar-lhes a dolorosa missão de julgar um acusado que ainda não foi ouvido mas que está sofrendo, em sua grande intensidade, uma condenação antecipada como resposta e punição para a tragédia a que fui arrastado. Aos meus eleitores e a todos os demais cidadãos paranaenses pretendo, mesmo sem o mandato para representá-los, atender compromissos sociais e humanos que possam ser viabilizadas com o meu esforço pessoal. Finalmente, aos meus pais e demais pessoas queridas ao convívio familiar, devo dizer-lhes que jamais passou pela minha mente a ideia de praticar qualquer violência e muito menos de causar o infortúnio que estão sofrendo a meu lado. Desejo, na medida de minhas forças, ações e esperanças, continuar a merecer o carinho e a confiança que nunca me faltaram.”

Em 18 de janeiro de 2011 decidiram que Carli seria julgado pelo Tribunal do Júri, processado por duplo homicídio com dolo eventual... marcado este para o dia 26 de março de 2013, na 2ª Vara do Júri de Curitiba, foi adiado devido a interposição de recursos interpostos tanto pela defesa quanto pela acusação (veja os seguintes links – HC 271.250/PR http://sdrv.ms/1cduHpL – REsp 1.340.685 http://sdrv.ms/1cduLWt).

Isso porque, na época, o sangue de Carli foi retirado para análise quando este ainda estava internado e inconsciente, ou seja, sem autorização do réu, o que a defesa entendia como prova ilícita. Agora, só nos resta esperar...

Fonte: Não foi acidente.org
          Giorgio Renan por Justiça.org (é possível ver fotos do acidente)
          Gabriela Sou da Paz
          G1 Globo.com